Quem sou eu

Carioca, Arquiteta e Professora de História da Arte e Arquitetura. Vamos embarcar no mundo das artes, arquitetura e viagens? Embarque Imediato!

domingo, 17 de julho de 2016

A pergunta que nunca se cala: que dinheiro levar para uma viagem a Buenos Aires?

    É uma pergunta frequente e se engana quem pensa que não faz diferença esse planejamento. A dica vale apenas para Buenos Aires, outros lugares na Argentina não temos a mesma facilidade do uso dos reais, por exemplo, mas a estratégia da pesquisa vale para outros países, como Uruguai, Peru ou Bolívia. 
    Não esteja tão certo que o dólar é a espécie evidente de levar numa viagem a Buenos Aires, quer ver? 
  Utilizarei valores de uma viagem recente (julho de 2016). Acessando o site dolar.hoy, que nos dá em tempo real as conversões dos pesos argentinos para dólares, reais e euros, o resumo que fiz ao longo de uma semana, tendo como base 1000 reais (sim, devemos partir do poder de compra da nossa moeda):

OPÇÃO A: converter os reais diretamente lá, para pesos argentinos

1. No aeroporto (Banco de La Nacion): tx a 3,20, eu teria 3.200 pesos argentinos
2. Nas casas (credenciadas) no Centro da cidade: tx. a 3,50, eu teria 3.500 pesos argentinos

OPÇÃO B: converter no Brasil os reais em dólares e lá dólares em pesos argentinos

 1000 reais tornavam-se 292 dólares, numa tx a 3,42. Então , para trocar lá:

1. No aeroporto (Banco de La Nacion): tx a 14,50, eu teria 4234 pesos argentinos
2. Nas casas (credenciadas) no Centro da cidade: tx, a 15, 50 eu teria 4.526 pesos argentinos

OPÇÃO C: converter no Brasil os reais em euros e lá euros em pesos argentinos

  1000 reais tornavam-se no Brasil 267 euros, numa tx a 3,75. Então, para trocar lá:

1. No aeroporto (Banco de La Nacion): tx a 16,50, eu teria 4405,50 pesos argentinos
2. Nas casas (credenciadas) no Centro da cidade:  tx a 16.80, eu teria 4485 pesos argentinos

Assim, o que pode parecer uma bobagem pode te render uns bons vinhos :) A diferença entre a melhor (opção C, 2) e a pior (opção A, 1) é de 77 euros ou 290 reais. Isso, em cada 1000 reais. Em 2000 reais, teríamos uma economia de 580 reais e assim por diante. Aí vão te perguntar: putz, mas você vai gastar Euros na Argentina? Não, irei gastar o que os meus reais comprariam independente de conversão da moeda local. E melhor: eu prefiro que sobre para uma próxima viagem euros a dólares, vai de cada um.

Em relação à utilização do cartão de crédito, aí você deve pesar a perspectiva de alta ou queda do dólar e o seu programa de fidelidade para conversão de milhagens para avaliar se vale à pena a incidência do IOF. 

Comprovando, seguem as taxas do Banco La Nacion, em 08 de julho de 2016, Ezeiza (ah, funciona 24 horas, enquanto houver vôos chegando):



Então:
1. Não aceite de cara que reais ou dólares são as melhores opções.
2. Consulte o site dolar.hoy - a variação na sua chegada, se existir, será muito pequena, irrelevante.
3. Não aceite também que a troca no aeroporto continua sendo a melhor opção, pois mudou.
4. As casas credenciadas de câmbio no Centro da cidade com ótimas taxas ficam na Calle Sarmiento, na quadra entre 400 e 500 (procure pela Alpe, Multifinanza, por exemplo).
ATENÇÃO: Essas casas  - assim como os bancos - só funcionam em horário comercial. Portanto, avalie a troca caso chegue num final de semana ou feriado, pois as melhores opções estarão fechadas. Aí, a OPÇÃO C, 1 passa a ser a melhor delas. De toda forma, euros continuam valendo mais em qualquer situação.
5. Todo mundo já sabe, mas não custa lembrar: NUNCA troque nas casas não credenciadas ou com pessoas que certamente irão fazer parte da sua passagem pela Calle Florida: "Cambio, cambio...reales, euros, dolares..." Nunca ! O risco existe, então, não arrisque.

  E aí? Vale à pena fazer umas continhas rápidas ou não? Eu faço! 


sexta-feira, 3 de junho de 2016

Lisboa: a primeira parada, a primeira viagem a Portugal!

    Chegava pela primeira vez em terras portuguesas. Lisboa foi a primeira parada de uma viagem de 2 semanas por Portugal. De lisboa ao Porto, de carro, foi possível sentir a dinâmica de um país que nos faz querer descobrir um pouquinho mais. Sempre me faço a mesma pergunta para medir o grau de satisfação em uma viagem: voltaria? E a resposta é ... S I M! Voltaria! Quer saber por quê? Embarque Imediato! 
  A culinária portuguesa faz parte do imaginário de qualquer viajante disposto a se entregar aos sabores da terrinha. E eu fui disposta! Em geral não gosto de programar longos passeios no dia da chegada: gosto de chegar devagar, aos poucos, ir sentindo a cidade com a calma que os nossos olhos merecem ao avistar novidades pela primeira vez. Então, nada melhor que um almoço tradicional: o restaurante Laurentina, o Rei do Bacalhau é conhecido como um dos melhores restaurantes de Lisboa: atendimento na medida certa, ambiente agradável e localizado numa ruazinha que é uma graça. E o hotel ainda era perto, então...Fiz a reserva ainda daqui, pois era sábado e já havia lido em todas as recomendações que era altamente recomendável. Também já havia lido sobre o garçom Fernando Henrique e foi o próprio que lá estava para atender a nossa mesa, com toda atenção. Como se já não bastassem os motivos para você fazer a sua reserva, os valores do Laurentina são melhores que um razoável restaurante de comida portuguesa por aqui. Enfim, o restaurante faz valer o seu título; é Rei. Este e um restaurante em Aveiro foram os melhores da viagem a Portugal.
 Vê, se não vale a fama, devagar:


           Entrada, aprovada!


    


    O vinho sugerido , aprovado!

    O prato principal...o que você acha? Entre as várias opções, elegi o Bacalhau com Natas!




    Para quem pensou que não haveria sobremesa, teve sim! Que tal? Chama-se baba de camelo, um doce a base de caramelo com amêndoas torradas por cima...lembrei-me até do cheiro agora...


    O Vinho do Porto é cortesia da casa e finaliza muito bem.




     Está indo para Lisboa? Corre lá, faz a reserva! Vai por mim...
    
     Hora de gastar as calorias!
   
    Pertinho do restaurante e no caminho de volta para o hotel,  está o complexo da Fundação Calouste Gulbenkian: o jardim, o museu e o centro de arte. Vale o passeio.






    Descendo o Jardim, atravessando por dentro do complexo, logo avistará o El Corte Inglês (a boulangerie Eric Kayser tem uma loja aí e provei o primeiro pastel de natas. É bom, mas sigo achando que é a melhor baguete de Paris). 
    Mais a frente, o Jardim Amália Rodrigues e a escultura Segredo, fazem a transição para alcançar o Parque Eduardo VII, abaixo. Pelo caminho algumas esculturas, como Maternidade, de Botero vão deixando a caminhada ainda mais agradável.


Segredo

Maternidade
     Lá de cima, já no Parque Eduardo VII, avista-se o Tejo...E, com música, Lisboa deu as boas vindas para uma estadia que estava só começando! 4 dias ainda viriam pela frente, mas de cara, Lisboa já agradava...
    Uma dica: tenha em mãos o Lisboa Card, um cartão que vale muito à pena, caso você fique mais tempo pela cidade, pois ele contempla não só todos os meios de transporte, incluindo os elétricos que seguem até Belém, como também descontos ou gratuidade em várias atrações. Compre logo no aeroporto e organize a melhor forma de utilizá-lo, de acordo com o período que vai ficar na cidade. Fiz as contas e, no meu caso, com 2 dias de uso já era vantagem; ainda o utilizaria para mais 2. Lisboa Card em mãos, próximo post: domingo em Belém! 

Parque Eduardo VII



      

domingo, 6 de março de 2016

Doce Portugal

    Portugal encantou, surpreendeu! A gastronomia foi um dos pontos altos da viagem de 13 dias pelo país. Esse post é para destacar que há muito mais para se descobrir por conventos nunca antes navegados. E se realmente você acredita que "você é aquilo que você come", procurei saber o que, afinal, são os doces conventuais portugueses. Sabor e tradição definem a doceria conventual portuguesa. 
   Como o próprio nome sugere os doces conventuais portugueses foram criados e/ou difundidos pelas freiras dos conventos há muitos séculos. Mas, foi a partir do século XV com a expansão e obtenção em larga escala do açúcar através das colônias portuguesas (hum, bem que eu senti uma certa brasilidade)que os doces atingiram novos patamares, já que o açúcar possibilitava diferentes pontos de calda. Por imposição social e muitas vezes sem escolha as mulheres (muitas de famílias abastadas) aprimoraram e desenvolveram diversas receitas com o passar dos séculos. Com apenas 3 ingredientes básicos - ovos, açúcar e amêndoas - milhares de receitas definem um país. De grandes navegadores no século XV, os portugueses chegam ao século XVIII e XIX como os maiores produtores de ovos da Europa. As claras que eram amplamente exportadas para todo canto serviam também para engomar não só os hábitos conventuais e roupas das famílias mais ricas, mas também como elemento purificador na produção de vinhos brancos. As gemas que inicialmente eram descartadas ou alimentavam animais, com a chegada do açúcar das colônias portuguesas tomaram outros destinos e foi sem dúvida o responsável pela tradição que hoje aí está. Os doces que sempre foram consumidos no interior dos conventos e mosteiros, começaram a ser vendidos e terem as suas receitas transmitidas para certas famílias a partir de meados do século XIX, quando as Ordens religiosas foram proibidas em Portugal. Para garantir o sustento muitas religiosas foram acolhidas por famílias que mantiveram a tradição das receitas. 
  Bom, eu não consegui comer as centenas (sim, centenas) de receitas em 13 dias, mas posso destacar algumas que ficaram com gostinho de quero mais. Fica a dica! 
  Em Lisboa, não tem jeito...Corra para a tradicional casa Pastéis de Belém, que desde 1837 servem os deliciosos pastéis além de outras especialidades. A história é a mesma: a partir de uma receita secreta do Mosteiro dos jerônimos que está ali ao lado, a iguaria é colocada à venda a partir do encerramento de todos os mosteiros e conventos a partir da Revolução de Lisboa (1820). Em 1834 ocorre o fechamento de todos os mosteiros e conventos. Com isso, o clero e trabalhadores são expulsos e uma nova economia surge. Chegam à mesa, quentinhos, crocantes...O açúcar de confeiteiro e a canela são opções de complemento, se é que precisam!




     Você quase esquece de ver os detalhes da casa...por isso, é bom voltar !




   Sempre cheia, o que você tem a fazer é entrar e escolher uma mesa num dos grandes salões. Olhando a entrada você não percebe como o lugar é imenso.


  Ainda em Lisboa, a Baba de Camelo do restaurante Laurentina,o Rei do Bacalhau também ficou na (minha) história: uma espécie de mousse de caramelo, com amêndoas torradas. Você resistiria? Eu não!


  Em Sintra é nessa rua charmosa que o tradicional café Piriquita, assegura a fama! As queijadinhas e os travesseiros são sensacionais. 







     No momento que escrevo esse post está acontecendo em Coimbra o Festival de Crúzios. O crúzio do Café Santa Cruz vale a visita! Ah, o café funciona na mesma edificação da igreja.




Imóvel adaptado para o café...aula de patrimônio.

    
    Em Aveiro, desde 1882, Maria da Apresentação fabrica o artesanal Ovos Moles, uma tradição que remonta Aveiro Conventual. Finos e delicados, a receita única atravessa gerações e é guardada a 7 chaves. O sabor e a cor são intensos, contrastando com a delicada folha que o reveste (a mesma da hóstia).



    Em Guimarães, onde nasceu Portugal, nasceu também o Divina Gula, que não tem nada de pecado...doces perfeitos.




    E pelas ruas você é o tempo todo colocado à prova. Não provei nada que não tenha gostado! 




     Como acompanhamento e para fechar o doce post, o chocolate quente de Portugal é daqueles de se tomar com colher, entendeu? O Café Majestic, no Porto,  é famoso, é bonito, vale sim a visita...mas, vai por mim: você não precisa pagar o preço do chocolate quente de lá, outros lugares oferecem o mesmo (de verdade), pela metade do preço! 


    E aí? Achou a vida doce em Portugal? Ah, se eu sou o que realmente eu como, comi história em porções saborosas!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Terra firme: 2 dias em Atenas!

    Tinha 2 dias para realizar o sonho de conhecer Atenas e sua principal atração: a Acrópole! Para ela reservei a manhã inteira do dia seguinte ao dia da chegada. Assim como eu, muitos turistas desembarcam dos vários navios que vão chegando (por isso, o dia da chegada não é aconselhável para seguir para Acrópole!). Mas, dessa vez eu não voltaria ao navio; chegava para ficar! 2 noites em terra firme...e não era só isso: era Atenas! Então, segue uma sugestão para aproveitar Atenas...o começo de tudo (sim, ao menos para o Ocidente) em 2 dias! Esse será um post com formato diferente, pois se fosse falar sobre a Acrópole, sobre Atenas...Teria que desistir do post e escrever um livro rsrs. Então, vai por mim!

Dia 1:

1. A inusitada troca de Guarda em frente ao Parlamento:





2. A visita ao Museu Arqueológico de Atenas: SENSACIONAL!








3. Arco de Adriano, o complexo do Templo de Zeus Olímpico e Zappeion:






4. E aqui foram realizados o que hoje chamamos de Jogos Olímpicos, lá pelos idos de 1896:



5. Hora de terminar o dia pelas ruas de Plaka e se render aos sabores gregos:





DIA 2: 

1. Acrópole - chegue o mais cedo que puder e fique até não aguentar mais!







 2.Visita ao Museu da Acrópole:


  3. Subida ao Monte Lycabettus e uma ótima vista de Atenas: